Franz Ferdinand - Right Thoughts, Right Words, Right Action
Alternative, Scotland
2013
Após lançarem um terceiro disco que dividiu a critica e os fãs, os escoceses do Franz Ferdinand quase encerraram as suas atividades, como conta o guitarrista e vocalista Alex Kapranos, em entrevista recente: "Eu queria acabar com a banda porque na minha cabeça parecia um daqueles trabalhos que tive de abandonar. Não gostava da rotina nem das obrigações". Toda essa pressão fez com que o quarto álbum, intitulado Right Thoughts, Right Words, Right Action, levasse quatro anos para ser lançado. Felizmente eles acabaram encontrando forças após os primeiros resultados dos ensaios para o novo disco. Talvez tenha sido primordial para que o álbum tivesse a força que tem.
Diferentemente do disco anterior, é perceptível que a banda resolveu deixar os teclados e sintetizadores um pouco de lado e apostar nas guitarras em primeiro plano - o que sempre foi o destaque dos rapazes. Ainda que presentes em diversas faixas, os teclados aparecem de forma harmoniosa entre as melodias, casando perfeitamente com as guitarras. Este equilíbrio - que acabou não acontecendo no confuso álbum anterior, onde os mesmos pareciam ter tomado o lugar das guitarras - rendeu ótimas canções no decorrer deste que é o mais curto disco da carreira: dez faixas em pouco mais de meia hora de música.
A faixa de abertura, "Right Action", começa com uma batida eletrônica e dá uma falsa sensação do que viria à seguir. O receio de que um novo Tonight estaria por vir toma conta do ouvinte e... quase que imediatamente, as guitarras de Kapranos e McCarth dão as caras. Ufa! A canção ganhou um interessante videoclip dirigido por Jonas Odell, que chega a lembrar o primeiro hit dos caras, uma tal de Take Me Out, lançada em 2004, há quase 10 anos atrás. A faixa seguinte, "Evil Eye" (já ouviu esta melodia em algum lugar?) é marcada pelo baixo competente de Bob Hardy, e também é pura festa. O velho Franz Ferdinand está de volta!
O primeiro single, "Love Illumination" apresenta um riff poderoso com direito a solo de guitarra e videoclip debochado. Na ótima "Stand on the Horizon", Kapranos parece se desculpar: "How can I tell you I was wrong? When I am the proudest man ever born..." canta na canção, onde todos os instrumentos parecem se associar de forma gloriosa: baixo, bateria, guitarra e teclados em total sintonia. "Fresh Strawberries" tem um riff de guitarra grudento que vai se repetindo no decorrer da faixa. A acelerada "Bullet" é uma das melhores do disco, com seu andamento contagiante. À partir de "Treason! Animals" a veia eletrônica da banda volta à tona, mas nada que comprometa o resultado, afinal as guitarras ainda estão presentes.
De forma irônica e misteriosa, o Franz Ferdinand parece querer confundir os fãs. Como explicar a capa do álbum, onde as placas "Right Toughts", "Right Words" e "Right Action" apontam para uma direção, enquanto "Franz Ferdinand" aponta para o sentido contrário? Ou ainda na misteriosa canção que encerra o disco, a começar pelo nome: "Goodbye Lovers and Friends": "You can laugh as if we're still together, but this really is the end" se despede. Seria este o canto do cisne?
No canal oficial da banda foi disponibilizado um pequeno documentário onde mostra cenas do processo de gravação do álbum. Veja abaixo:
Come Home, Practically All, Is Nearly Forgiven
Confira também as performances ao vivo para "Bullet" e "Stand on the Horizon", registradas no Late Show, no dia 22/07:
"I don't need to be forgiven
But a moment from the living
That's the only thing I ask..."